Yamaha YZ250F evoluiu em motor e ciclística incorporando o visual e tecnologia da irmã de 450cc
Redação MotoX.com.br: texto e fotos: Lucidio Arruda e Maurício Arruda / fotos adicionais Gustavo Epifânio / Yamaha
Yamaha YZ250F 2019
Aos poucos o mercado brasileiro vai perdendo o atraso em relação aos principais mercados globais e a diferença na chegada das novidades vai diminuindo ano a ano. Desta vez a Yamaha se esforçou para recebermos as estrelas off-road da marca praticamente ao mesmo tempo que os EUA e Europa e apresentou as YZ250F e YZ450F 2019 para o público brasileiro durante a quinta etapa do Brasileiro de Motocross em Extrema (MG).
Nós tivemos a oportunidade de experimentar ambos os modelos durante um teste em Mogi das Cruzes (SP). Como foi a moto que mais mudou, a YZ250F 2019 recebeu a maior atenção.
Vídeo:
Principais novidades da Yamaha YZ250F 2019
Podemos dizer que a YZ250F é uma motocicleta completamente nova. Motor, quadro e ergonomia foram completamente redesenhados. Nas suspensões as mudanças foram mais discretas, mas ainda assim importantes para casar com a nova dinâmica do modelo. Vamos a um resumo:
Motor
O motor é completamente novo, ficou mais forte e ampliou a faixa de uso em altos giros
Um dos mais distintos da categoria, o motor da YZ250F 2019 permanece com a sua já conhecida arquitetura "invertida", com a issão pela frente e escape por trás. A inclinação do cilindro foi alterada em 1º, posição que permitiu reduzir o atrito do pistão. O pistão, por sua vez, teve o peso reduzido e foi reprojetado para elevar a taxa de compressão de 13,5:1 para 13,8:1.
O cilindro ficou mais leve e os dutos de issão, perfil do comando de válvulas, virabrequim, contrapeso e biela foram aperfeiçoados para melhorar as respostas do acelerador, subir de giro mais rápido e aumentar a potência de médias para altas rotações.
Pontos de fixação do motor foram completamente alterados
Muito importante: o modelo ganhou partida elétrica, uma pedida quase obrigatória entre as motocross 4 tempos atuais. Apesar dos novos componentes como motor de arranque, bateria de íon-lítio e circuitos elétricos, o aumento de peso geral da motocicleta foi de apenas 1,2 quilo.
Complementando o trabalho no motor, a embreagem foi reprojetada com discos de fricção 1,6mm mais espessos. A mudança permitiu a redução do número de discos para 8, um a menos que o modelo anterior. As relações das 5 marchas do câmbio permanecem as mesmas, mas as engrenagens são feitas de uma nova liga mais resistente.
A 250 dispõe agora do mesmo aplicativo Power Tuner App da 450, com conexão Wi-Fi para alterar o mapa da injeção eletrônica. O diferencial é que é possível deixar dois mapas programados e alternar entre eles por um botão no guidão durante a corrida ou treino.
Quadro
Quadro em alumínio, completamente novo
O quadro é completamente novo, com as traves superiores em posições bem distintas. Toda a geometria da motocicleta foi refinada com novos pontos de fixação do sub-quadro e eixo do braço oscilante traseiro. Os pontos de fixação do motor foram completamente modificados e reposicionados, buscando centralizar a massa e aumentar a rigidez lateral, horizontal e vertical. Continuando com a centralização de massa, a YZ250F teve os radiadores (com maior capacidade) reposicionados, assim como o conjunto de cano de escape e ponteira.
Ergonomia
O conjunto de kit plástico e assento agora é igual ao da 450, mais leve e compacto. Os dutos dianteiros de entrada de ar (que ficam nas abas dos radiadores) foram redesenhados com um formato côncavo, que estreitou a largura total nesta área. O assento recebeu uma camada mínima de espuma, e ficou 8mm mais baixo na frente e 2cm mais baixo atrás, facilitando a movimentação do piloto. A caixa do filtro de ar redesenhada fica no local tradicional do tanque de combustível e o tanque, por sua vez, fica abaixo do assento, mais um dos "truques" para centralizar a massa e baixar o centro de gravidade.
Suspensões
A Yamaha não entrou na onda de substituir as molas tradicionais por ar que atingiu outras motos japonesas recentemente, assim não precisou "voltar ao ado" como outras marcas que agora estão abandonando o sistema onde o ar comprimido faz o papel da mola, considerados de difícil acerto por boa parte dos pilotos. Por sinal, a Yamaha utiliza uma arquitetura bastante tradicional no garfo dianteiro, sem a separação entre os sistemas de mola e amortecimento os dois tubos trabalham com funções idênticas. O kit de garfo SSS (Speed Sensitive System) fornecido pela Kayaba já é um dos mais elogiados por publicações internacionais há muitos anos e recebeu algumas melhorias.
Os pistões ficaram maiores e o ajustes de amortecimento foram atualizados. Os es do eixo dianteiro foram redesenhados. O amortecedor traseiro foi reajustado para as novas características do chassi, recebeu uma mola mais leve e teve a capacidade de óleo aumentada em 30cc para preservar o melhor funcionamento da suspensão durante o uso intensivo.
As rodas com aros Excel azuis foram refinadas e perderam alguns gramas em relação às usadas no modelo 2018.
Na pista
Yamaha YZ450F 2019
Antes de falar da Yamaha YZ250F 2019, vamos falar da
YZ450F 2019, que também tivemos a oportunidade de experimentar no teste realizado em Mogi das Cruzes (SP). A 450 foi completamente redesenhada no modelo 2018 e para 2019 pouca coisa mudou, as novidades se resumem a nova calibração das suspensões e novos es e espaçadores dos eixos das rodas.
As nossas impressões foram as mesmas da unidade 2018 que testamos no ano ado. O ajuste padrão do mapa do motor é bastante "bruto" com um "coice" ao menor giro do acelerador. As suspensões vêm com um ajuste mais macio que o desejável e essa combinação exalta a alegria com que a roda dianteira sai do chão nas saídas de curvas.
Atenuar essas características não é nada que exija muito esforço. Ajustando o aperto da mola para o peso do piloto e "brincando" um pouco com os cliques das suspensões não se demora a encontrar um acerto bem mais próximo do ideal.
Yamaha YZ450F 2019
Quanto ao motor, a maiorias dos pilotos conhecidos optou por amansar a entrega da potência para que os "humanos" possam aproveitar melhor a ampla cavalaria. Nesse ponto o aplicativo para smartphones é uma mão na roda, com a possibilidade de ajustes quase infinitos e também a possibilidade de compartilhar mapas com outros pilotos.
Clique aqui para ler nosso teste completo com a Yamaha YZ450F 2018.
Pilotando a Yamaha YZ250F 2019
Yamaha YZ250F 2019
A primeira impressão, é lógico, vem com a facilidade da partida elétrica. Mesmo que atualmente seja mais tranquilo colocar os modernos motores 4 tempos para funcionar com o bom e velho pedal, não há comparação com o botão de partida elétrica, que elimina um fator de stress antes das largadas e também facilita muito a continuação nas corridas após um erro, seja por uma queda ou por simplesmente deixar o motor apagar. O pedal de partida foi eliminado.
A posição de pilotagem foi beneficiada pelo corpo plástico mais estreito. Quem sai da 2018 para a 2019 nota imediatamente a menor camada de espuma no assento. Embora bastante firme ele não é desconfortável e muitos pilotos, incluindo nós do MotoX, preferem essa maior firmeza por filtrar menos as reações da motocicleta.
Yamaha YZ250F 2019
Na hora de acelerar também é notável a evolução do motor em relação à 2018. Ele mantém a mesma faixa de utilização, mas esta está posicionada mais acima na escala de rotações. Isso significa que você pilota a 2019 cerca de 500 a 1000 rpm acima do modelo anterior. É empolgante a maneira que o motor ganha disposição conforme sobe o giro.
A vitalidade do motor em altos giros deve agradar muito os pilotos intermediários e experientes, já que podemos esticar bastante as marchas sem perder o ritmo de progressão. A 2019 ficou mais rápida que a 2018 e não foi difícil de notar. Apesar do motor demonstrar sua maior alegria em média e alta, a força em baixas rotações não lhe causará problemas, por exemplo, ao entrar com uma marcha acima da ideal numa curva. Ela ainda responde bem com um pouquinho de trabalho na embreagem que, por sinal, também ficou mais macia que a do modelo anterior.
Facilidade de Pilotagem
Yamaha YZ250F 2019
Se o motor nos agradou, a ciclística e maneabilidade da motocicleta nos surpreenderam. Em poucos minutos a YZ250F 2019 já se comporta como se fosse uma velha conhecida. O trabalho da engenharia com o novo chassi e pontos de ancoragem do motor renderam frutos na facilidade em direcionar a moto em curvas. Ela entra e sai de curvas exigindo o mínimo de esforço.
Essa facilidade se traduz também na confiança para explorar os limites de aderência. Essa confiança para forçar nas curvas também provem da "obediência" da motocicleta em seguir as linhas desejadas pelo piloto. As escapadinhas não resultaram em reações abruptas ou fora de controle, mesmo assim continuamos nos sentindo no controle da situação.
A suspensões mantiveram a boa fama adquirida o longo dos anos com boa progressividade e respostas tanto nos pequenos "bumps" como nos saltos maiores. Nos freios não houve mudanças significativas, mas eles trabalharam muito bem, com excelente força e modulação na frenagem. A potência ainda não é a mesma das KTM, que neste quesito são referência na modalidade, mas está quase lá.
Conclusão
Yamaha YZ250F 2019
A evolução da Yamaha YZ250F 2019 demonstra um grande trabalho da engenharia da marca que conseguiu um resultado nada fácil de se obter: deixar a motocicleta mais rápida e ao mesmo tempo mais fácil de pilotar. Geralmente perde-se num ponto para ganhar em outro, mas não foi o caso aqui. De modo geral a motocicleta evoluiu bastante e não descobrimos pontos que fariam o proprietário sentir saudades da versão 2018. Nem um pouco!
A Yamaha YZ450F 2019 já está disponível nas
concessionárias Racing Blue da marca e a 250 está desembarcando agora na segunda quinzena de agosto. O preço sugerido (sem frete) é de R$ 48.990,00 para a 250 e R$ 52,050,00 para a 450.
No Estado de São Paulo a linha de competição é comercializada pela
Nacar Motorcycles - (11) 3045-1366.
Ficha Técnica Yamaha YZ250F 2019
Tipo de motor |
4 tempos, refrigeração líquida, DOHC, 4 válvulas |
Cilindrada |
250cc |
Diâmetro x curso |
77 mm x 53,6 mm |
Taxa de compressão |
13,8 : 1 |
Sistema de lubrificação |
Cárter húmido |
Tipo de embraiagem |
Multidisco em banho de óleo |
Alimentação |
Injeção de Combustível |
Sistema de ignição |
TCI |
Pártida |
Elétrica |
Câmbio |
Sincronizado, 5 velocidades |
Transmissão final |
Corrente |
Quadro |
Berço semiduplo |
Suspensão dianteira |
Garfo Telescípico, Curso 309,8 mm, |
Cáster |
27,1º |
Trail |
119 mm |
Sistema de suspensão dianteira |
Forquilha telescópica |
Sistema de suspensão traseira |
Monoamortecedor |
Suspensão traseira |
Monoamortecedor com links, Curso 314,96 mm |
Freio dianteiro |
Monodisco hidráulico 270 mm |
Greio Traseiro traseiro |
Monodisco hidráulico 245 mm |
Pneu dianteiro |
80/100 - 21 51M |
Pneu traseiro |
100/90 - 19 57M |
Comprimento total |
2.175 mm |
Largura total |
825 mm |
Altura total |
1.285 mm |
Altura do assento |
970 mm |
Distância entre eixos |
1.475 mm |
Distância mínima ao solo |
335 mm |
Peso (incluindo óleo e gasolina) |
106 kg |
Capacidade Dep. Combustível |
6,2 L |
Capacidade Dep. Óleo |
0,95 L |